sábado, 23 de março de 2013

Mar

Um som de cavalgada vinha da longe estrada de ida! Quem passa por ela não volta jamais.
Um dia se chorrou por aquele cavalo que corria pasto a fora,  estrada a dentro.
As lágrimas secaram nos olhos que mais lembra a noite. No seus pés a lama se acumulava.
Chuvas passam, seus resultados ficam. O solo estava ferrido,  porem futuramente estará enriquecido.
Bate feradura no fofo solo. Levanta a poeira de onde o sol ja secou, corre em busca de lares verdejantes.
As vegetações tremulavam ao amanhecer. O calor esgotava o que já havia passado. O fervor dos dias próximos erguia-se.
Alimentado pelo futuro os músculos do animal se fortificavam. Pronto para um relinchar de vitória.
O que para trás ficou não voltará.

quinta-feira, 14 de março de 2013

O cômodo

Eu abri a porta e olhei a profunda escuridão do comodo vazio. Tatiei cada parede de cima a baixo,  mesmo sem nada enxerga.
Não havia nada lá. Andei ainda no mas pleno breu até um canto e sentei.  Cruzei meus braços sobre minhas pernas e me balancei.  Era muita escuridão.
Tão tempo passou,  que simplismente a noção de tempo podia ter deixado de existir.
Os olhos piscavan calmamente sem preça,  mas agora ja se via sombras e não só escuridão. Com o passar do tempo as sombras eram distinguidas, mas só havia paredes.
Com o tempo cansada de estar sentada caminho até a porta. Ela não abria mais. Estava presa nas sombras.
O desânimo consumia cada segundo do seu ser que era mutilado pelas sombras.
Chorrou e gritou por socorro. Ninguém veio.  Chorrou silenciosamente, como o pranto sem mais esperança. Nada mais existia. O mundo acabará dentro do comodo. Nao sabia como tinha ido parar lá. Fora forçada? Aprisionada?
Mas a verdade é que entrou com seus próprios pés. O que queria quando entrou?
Deitada, cansada e sem esperanças observou a porta abrir vagarosamente e uma forte luz branca invadir tudo.
Com toda a força que restava levantou caminhou para a porta.  Olhara o lado de fora e não enchergou nada.
Fechou os olhos com força e deu um passo para trás. Com os braços cansados fechou a porta e voltou a escuridão. Tudo recomeçaria.
Porem esperava dessa vez achar algo.

terça-feira, 5 de março de 2013

Onda

Uma vez por dia eu olho pro meu celular e sei que você não voltará.
As caixas de suas coisas que você não pediu para eu separar estão prontas para você levar, eu sei que você não vai voltar.
No desespero do primeiro beijo com medo de te perder para sempre eu sabia que você não ia voltar.
Juntando os sapatos largados pelo tempo eu sei que não voltará.
Um dia fui sobria e tive por pouco tempo a força de dizer não, pois tinha medo, mas você jamais voltará.
Eu penso em conversas de filosofia e vida e sei que jamais voltará.
Caminhando acompanhada de apenas eu mesma sinto mais uma amizade escapar, afinal você não pode voltar.
Como uma história grega deve terminar se o trágico jamais retornar?
Como um conto de fadas se explica sem uma lição a passar?
Como um clichê se passa sem um bom título de novela para encerar?
Você jamais voltará!
Não há história a plocamar.
Não há mas o que contar.
Não há destino em que acreditar.
Você jamais voltará!
Uma frase deve-se lembra: palavras são como areia no mar. Uma onda mais forte bate e outra se ponhe no lugar.